Parte 1
A OUTRA
PARTE 1
A OUTRA
Seis meses antes.
Manhã de segunda feira, quase oito da manhã, Eduardo
está atrasado. Um certo cidadão, bastante estressado, buzina atraz do carro de
Eduardo, o que o deixa muito Nervoso. Ele devolve os xingamentos.
Sua música preferida toca no celular. Era Mônica, sua
namorada. Quase não dando importância àquele telefonema, Eduardo atende, meio
desatento e olhando para o sinal amarelo que quase impede sua passagem brusca,
deixando para trás o sujeito estressado que antes businava incansalvelmente na
traseira do seu possante LAND ROVER.
- Oi, Mônica.
- Oi Mônica? É assim? Que frieza é essa? – diz sua namorada.
- O que é que você quer MÔNICA. Tô no trânsito.
- Só liguei pra te desejar um bom dia. Tá tudo bem?
- Eu tô atrasado. Os patrocinadores já devem ter
chegado.
- Calma que vai dar tudo certo meu Amor.
- Ah...Eu preciso desligar, te ligo mais tarde.
- Tá. TE AMO. Se cuida.
- Até.
Eduardo desliga e joga o celular no banco ao lado. Ele
pensava consigo mesmo como conseguira inventar tamanha mentira pra sua
namorada. Ele estava a caminho do aeroporto e não de sua empresa. A propósito,
ele era dono de uma famosa empresa de softwares. Parte do que contou era
verdade, pois ele havia fechado negócio com grandes empreendedoras no ramo de
informática e ainda tinha tempo de sobra para chegar à tal reunião. Mas que
motivos Eduardo teria para mentir pra sua namorada? Quem estaria indo buscar?
Ou seria ele quem viajaria?
Aeroporto Pinto Martins, Eduardo encosta o carro e
depressa vai até o desenbarque. Ele segura uma plaquinha com o seguinte nome:
ARIANE FERRAZ. Uma multidão passa pelo portão de desembarque. Muitos abraços no
portão de saída. Depois que todas as
pessoas saíram, Eduardo abaixa a plaquinha e fica desiludido. Ele se questiona
como perdera tanto tempo em vir até ali e não encontrar quem procurava.
Uma leve mão toca seu ombro.
- Eduardo? – uma voz sussurrante no ouvido de Eduardo.
-Ariane?
Eduardo não acreditara na visão que estava tendo.
Parecia que o céu estava na terra naquele momento. Por alguns instantes pensara
ter visto um anjo. Morena clara, cabelos pretos e longos, usando óculos
escuros, aparentando um metro e setenta, de sorte que a vista parecia ter o
peso ideal, Ariane impressionara Eduardo.
- Oi.
- Ariane?
Ela tira os óculos, revelando assim os seus olhos
negros.
- Sim, sou eu. Bem, pela plaquinha e pela sua
fisionomia acho que é você mesmo.
- Bom, pelo
menos não mentimos sobre nossas fotografias.
- Se bem que você parecia ser mais magro pelas fotos
que me mandou.
- São as fotografias do ano passado. Não estou tão
diferente assim.
- Vou ficar aonde?
- No meu apartamento na beira-mar.
Eduardo era dono de cinco apartamentos. Morava em um
deles, alugara os outros três e um estava desocupado. Era pra lá que resolvera
levar ARIANE.
Enfim, os dois chegam ao apartamento.
- Preciso ir. Tenho reunião agora.
- Mais tarde a gente se vê?
- Mas é claro.
- e a propósito, sobre a policialzinha, você já
resolveu com ela?
- Estou esperando a hora certa. Não imaginei que as
coisas entre a gente aconteceriam tão rápido.
Mas vou terminar com ela.
Eduardo segura Ariane
pelo braço com força e a beija. Ariane responde à altura. Mas as
obrigações falam mais alto e Eduardo precisa sair.
Ao sair do apartamento, um outro carro toma o lugar
onde o veículo de Eduardo estava estacionado.
Um casal sai do carro e entra no edifícil. Ariane ouve alguem bater na
porta. Por pensar que pudesse ser Eduardo que voltara por esquecer alguma
coisa, ela abre a porta. Pra sua surpresa é o casal que entrara no edifícil
assim que Eduardo saiu. Mas quem seria? O
que Eduardo sabe é que Ariane não conhece ninguém na cidade a não ser ele.
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